A Justiça de São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público estadual (MP) e tornou réu Pablo Marçal (PRTB). A justificativa seria que o político colocou em risco a vida de pelo menos 32 pessoas durante uma expedição ao Pico dos Marins, em Piquete (SP), em janeiro de 2022. A decisão desta terça-feira (20) é assinada pela juíza Rafaela D’Assumpção Cardoso Glioche. As informações são do g1.
No documento, a juíza afirma que a investigação da polícia, que acompanha a denúncia do Ministério Público, apresenta elementos suficientes para a instauração do processo criminal.
Entre os elementos apontados na denúncia estão:
- Época crítica para expedição no Pico dos Marins;
- Condições climáticas adversas, com chuva, neblina e rajadas de ventos de 100 km/h;
- Roupas inapropriadas;
- Ausência de guias para orientação.
A magistrada determinou que Marçal seja intimado da decisão e apresente resposta à acusação em um prazo de 10 dias.
O influenciador poderá apontar provas e testemunhas que usará em sua defesa. À redação do g1, a defesa de Marçal disse que ele tem “plena convicção de sua inocência”.
Marçal foi denunciado 32 vezes com base no artigo 132 do Código Penal, que trata de “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”.
O MP chegou a propor a possibilidade de transação penal. E sugeriu o pagamento de R$ 272 mil – equivalente a 180 salários mínimos -, que seriam destinados a uma entidade pública ou privada com destinação social.
Entretanto, o Ministério não recebeu nenhuma manifestação da defesa de Marçal nos autos, a juíza avaliou e decidiu aceitar a denúncia contra ele. Segundo a denúncia do MP, Marçal “desprezou a contraindicação dos guias e promoveu a subida ao Pico dos Marins mesmo com as advertências para recuar”.
A defesa de Pablo Marçal
Ao g1, os advogados Paulo Herschander e Paulo Hamilton Siqueira Júnior, que representam a defesa de Pablo Marçal, informaram que ele recebeu a notícia de ter se tornado réu com “serenidade”, já que isso já era esperado por ele ter recusado a proposta de transação penal do MP.
Segundo a defesa, Marçal recusou a proposta por ter “plena convicção de sua inocência”.
“Pablo Marçal reitera o seu compromisso com a verdade e com a justiça e confia firmemente que, no decorrer do processo, sua inocência será comprovada de forma inequívoca”, disseram os advogados de defesa do influenciador.