Em uma tarde de outubro de 2022, Gabriel, na época com 9 anos, voltou da escola com uma dorzinha de cabeça chata. À noite, o corpo também já estava dolorido e ficou com febre. Na manhã seguinte, quando o termômetro bateu 39 ºC e uma dor de garganta apareceu, a mãe, Ariane Oliveira, 39, correu ao pronto-socorro. E fez bem: o teste deu positivo para influenza. Gabriel iniciou o tratamento, mas a criadora de conteúdo nem teve tempo de respirar aliviada já que a outra filha, Melissa, cinco anos mais nova, começou a apresentar os mesmos sintomas. E lá foi a família ao P.S. outra vez! Foram cinco dias sem ir para a escola, mas logo ambos melhoraram. “Acredito que a doença foi suave porque eles estavam com a carteira de vacinação em dia”, conta Ariane.
Essa alta transmissibilidade é a marca registrada da influenza, uma infecção viral que acomete principalmente o sistema respiratório. “Anualmente, cerca de 20 a 30% das crianças são infectadas por este vírus. Precisamos lembrar que a influenza tem um potencial pandêmico, porque possui uma capacidade de rearranjo e de variantes”, diz a infectopediatra Maria Claudia Luz, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Apesar de tantos vírus circulando, com sintomas semelhantes, a influenza merece atenção, já que pode gerar quadros preocupantes, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e ser porta de entrada para outras enfermidades. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, todo ano, haja 1 bilhão de casos de gripe no mundo, sendo que de 3 a 5 milhões evoluem para quadros graves. E é aí que entra a importância da vacina contra influenza. Segura, é uma medida de saúde coletiva: “Quando vacino meu filho, diminuo a chance de ele adoecer, mas também protejo os familiares e a escola. É importante para todos”, lembra a infectopediatra. Além disso, está comprovado que a imunização diminui a gravidade da doença, o que faz com que a criança se recupere e volte para as aulas mais rapidamente.
Revista Crescer