O Oeste e o Meio-Oeste de Santa Catarina são conhecidos como o “corredor de tornado” no Estado. Segundo o meteorologista Piter Scheuer, essas regiões estão localizadas na segunda região do planeta que mais sofre com interferência de tempestades severas e tornados, perdendo apenas para os Estados Unidos.
De acordo com o profissional, essas regiões são planas e ficam mais longe do litoral, além de receber interferências de massas de ar frio, massas de ar aquecidas e do ar quente úmido proveniente da Floresta Amazônica, por estarem em uma posição estratégica.
— É uma região que tem interferência do ar quente e úmido proveniente da Floresta Amazônica, através do fluxo de jatos de baixos níveis, e tem o acoplamento entre o fluxo dos níveis médios da atmosfera, provenientes da Cordilheira dos Andes — explica Piter.
A interferência dessas massas de ar, em conjunto com as planícies e o contraste de temperatura e pressão, provocam diversas tempestades severas e tornados na região, fazendo com que o “corredor de tornado” catarinense seja considerado o segundo maior do mundo, de acordo com o meteorologista. O primeiro é o “tornado alley”, na região central dos Estados Unidos.
Além disso, o acoplamento do fluxo de jatos de baixos níveis com o fluxo de ventos do Oeste contribuem para o aumento do poder das supercélulas, uma das principais tempestades com rotatividade, que eventualmente acabam provocando tornados no local.
Porque o nome “corredor de tornado”
De acordo com Piter Scheuer, a região do Oeste catarinense recebeu esse nome devido à grande quantidade de registro de tempo severo anualmente.
— Todo ano a gente tem registro na região, é uma rota de tempestade. O Oeste de Santa Catarina tem uma rota com as cidades de Guaraciaba, São Miguel do Oeste, Belmonte, Paraíso, Itapiranga… Ainda tem outra rota que pega a região de Chapecó, Guatambu, Caxambu do Sul, Xaxim, Xanxerê, Bom Jesus e Passos Maia — informou o meteorologista.
Um mapa com as regiões presentes nas rotas do “corredor de tornado” mostra as principais cidades afetadas pelas tempestades e tornados. Confira abaixo.
O que fazer em casos de tempestades e tornados
De acordo com a Defesa Civil, algumas medidas e precauções devem ser tomadas com a chegada de ventos fortes:
Revise a resistência de sua casa ao observar os primeiros sinais de um ventos fortes ou tornado;
Feche bem janelas e portas de armários, evitando canalizações de ventos no interior de sua residência. Além disso, feche persianas, cortinas, blecautes para evitar que vidros quebrados sejam lançados e espalhados pelo cômodo;
Desligue os aparelhos elétricos e feche o registro do gás de cozinha, evitando agravamentos no caso de queda de árvore;
Em caso de tornado, procure orientações junto a prefeitura para identificar quais os melhores locais para abrigos ou rotas de fuga;
Precauções durante ventos fortes
Evite a prática de esportes influenciados pelos ventos ou aquáticos como: surf, windsurf, kitesurf, rapel, rafting, dentre outros;
Evite empinar pipas;
Evite ficar próximo a precipícios, encostas ou lugares altos sem proteção;
Não caminhar perto de fiação elétrica;
Trabalhadores que utilizam andaimes devem verificar com atenção a fixação das amarrações e dos encaixes metálicos;
Evite passar sob cabos elétricos, outdoors, andaimes, escadas ou estruturas que não transmitem segurança ao transitar por rodovias.
Não estacione seu veículo próximo a torres de transmissão e placas de propaganda
Não se abrigue debaixo de árvores ou em frágeis coberturas metálicas.
Além disso, segundo a Defesa Civil, em caso de tornado, “a melhor proteção individual é constituída por abrigos subterrâneos, como um porão, já que o efeito de sucção dos tornados só ocorre a partir da superfície do solo. Se a sua residência não tem porão, fique no corredor interno, deitado próximo ao chão (no piso mais inferior) e coloque-se debaixo de uma peça do mobiliário resistente ou de um colchão”
NSC
