A fumaça das queimadas na Amazônia chegou a Santa Catarina, informou a Meteorologia da Defesa Civil. Nesta quinta-feira (8), o fenômeno foi percebido em cidades próximas à Argentina, como Dionísio Cerqueira, São Miguel do Oeste e Itapiranga, todas no Oeste catarinense.
O meteorologista da Defesa Civil Felipe Theodorovitz explicou que "a fumaça é resultado das queimadas na região Norte e é transportada pelo vento entre a Bolívia, Paraguai, Norte da Argentina e o Sul do Brasil".
"No Extremo Oeste, já deve estar dando para perceber alguma diferença no céu, mais esbranquiçado", afirmou.
Ele também explicou que a fumaça deve se dissipar em alguns dias. "Se fosse uma condição para vários dias, deveria principalmente ter diminuição da umidade relativa do ar, ficando abaixo de 30%. Mas só vai durar hoje e amanhã [quinta e sexta]. A passagem de uma frente fria afasta essa massa de ar mais seco", diz.
Por outro lado, Murilo Fretta, outro meteorologista da Defesa Civil, afirmou que a fumaça pode causar danos à saúde em casos pontuais.
"Ela pode trazer complicações principalmente para quem tem doenças respiratórias. Por isso, nós mantemos essa observação, junto as agências de saúde, e, em caso de ocorrências, a pessoa deve entrar em contato com a Defesa Civil", explica.
O pneumologista Ricardo Malinverni afirmou que, de modo geral, fumaça pode ser ruim para a saúde. "Provoca sintomas respiratórios, em especial em pacientes que já possuem alguma doença como a asma e a rinite. Nestes, a exposição pode causar crises com sintomas como falta de ar, tosse, chiado no peito, espirros, etc. Os extremos de idade, idosos e bebês, também estão sob maior risco de apresentar sintomas", disse.
Queimadas na Amazônia
Em apenas quatro dias, as queimadas no Pará superaram a marca de setembro de 2021. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde primeiro de janeiro até o dia de hoje, os satélites registraram 20.614 pontos de fogo na floresta neste ano.
A Amazônia teve o pior agosto de queimadas nos últimos 12 anos. O pior dia de queima em 15 anos foi registrado no último dia 22.
Em Rio Branco, no Acre, a poluição do ar atingiu na quarta-feira (7) nível 13 vezes maior que o recomendado pela Organização Mundial da saúde (OMS).
Fonte: G1