O número de vítimas de feminicídio em Santa Catarina dobrou neste ano. De janeiro até maio, 26 mulheres perderam a vida por conta da condição de gênero. No mesmo período do ano passado foram 13 casos. Com a escalada das mortes, a média de idade das vítimas foi de 44 para 36 anos em 2022.
Nos primeiros cinco meses de 2021, a vítima mais nova a perder a vida por conta do ódio provocado pelo gênero tinha 20 anos. Neste ano, o feminicídio matou uma criança de 2 anos. A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) contabiliza, ainda, a morte de uma menina de 7 anos, outra de 11 e uma adolescente de 15.
Para a Coordenadora das delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) em Santa Catarina, Patrícia Zimmermann, os autores dos assassinatos querem atingir os familiares dessas vítimas, na maioria dos casos as mães.
Inconformados com o fim das relações na maioria das vezes, eles “agridem quem elas têm de mais sagrado”, afirma Patrícia. No primeiro semestre de 2021, por exemplo, as investigações da Polícia Civil mostraram que 15% das vítimas de feminicídio foram mortas pelos pais.
Vítima mais nova do crime de feminicídio em 2022, Maitê Brambila dos Anjos, de 2 anos, foi morta pelo ex-padrasto em 26 de abril, segundo a Polícia Civil. Ele foi preso e confessou o crime. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o homem responde por homicídio qualificado, por motivo torpe, meio cruel e feminicídio contra menor de 14 anos.
Perfil das vítimas mortas em 2022
Em 2022, dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), mostram que 10 mulheres vítimas de feminicídio em Santa Catarina morreram entre às 6h até 19h. Os crimes contra as outras 16 foram registrados entre a noite e a madrugada.
Em relação à faixa-etária, quatro eram menores de idade e 11 tinham entre 18 a 40 anos. Outras 11 mulheres que morreram vítimas de feminicídio entre janeiro a maio deste ano tinham entre 41 a 86 anos (veja a tabela abaixo).
Fonte: G1SC