A família de João Paulo Rodrigues da Silva, de 26 anos, autorizou a doação de órgãos, nesta semana. O jovem morreu após um acidente de trabalho em 29 de dezembro no interior de Itapiranga, no Extremo-Oeste de Santa Catarina.
João estava internado no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, em São Miguel do Oeste, onde teve a morte encefálica constatada na quarta-feira (5). Os órgãos foram colegados e o procedimento durou cerca de três horas. Até oito pessoas poderão ser beneficiadas com a doação.
Cirurgiões da Central de Transplantes, que regula a fila e recebimento dos órgãos no Estado, acompanharam a operação de captação que ocorreu no Centro Cirúrgico do Hospital Regional.
“O diagnóstico é gerido por um protocolo detalhado que consiste em etapas para confirmar que não há mais atividade cerebral”, explica Franciele Rasch, enfermeira da UTI do HRTGB e integrante da CHT (Comissão Hospitalar de Transplantes).
O corpo está sendo velado nesta sexta-feira (7) na Capela Mortuária da Funerária Bom Jesus em Itapiranga. O sepultamento está previsto para às 16 horas no cemitério do município.
Legislação
A legislação em vigor determina que a família será a responsável pela decisão final em caso de óbito de um parente, não tendo mais valor a informação de doador ou não doador de órgãos, registrada no documento de identidade.
“A família passa por uma entrevista com os profissionais da Comissão Hospitalar de Transplantes, enfermeira, médico e equipe de apoio — como Serviço Social e Psicóloga. Optar pela doação de órgãos é uma decisão que acalenta e conforta os corações, porque muitos terão uma vida reestabelecida, reduzindo assim a lista significativa de espera por transplante de órgãos”.
Em vida é possível doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula e parte dos pulmões.Após efetivada a doação, os órgãos vão para os pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado e controlada pelo Ministério Público.
“Aproveito a oportunidade para conscientizar a população de que é possível salvar outras pessoas durante, e depois da nossa vida. Se você quer ser um doador precisa conversar com sua família e deixar claro o seu desejo”, finaliza Franciele.
O acidente
O jovem trabalhava como servente de pedreiro na linha Guabiroba, interior do município, realizando reparos em um galpão, quando parte da estrutura caiu sobre ele, após um temporal.
João Paulo Rodrigues da Silva permaneceu internado por uma semana no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste, onde teve a morte encefálica constatada na quarta-feira.
Fonte: ND mais - notícia do dia