Localizada no município de Balneário Camboriú, a 12 quilômetros do Centro e a cerca de 80 km da Capital Florianópolis, a Praia do Pinho é considerada a primeira de naturismo no Brasil. O local é cercado por costões, morros e muita mata nativa que atrai frequentadores de várias regiões do país, por suas belezas naturais.
A praia, no entanto, se divide em duas áreas: uma para quem busca a prática da atividade de naturismo, com estacionamento privado e estabelecimentos; e outra que virou um ponto de encontro sexual e uso de drogas ilícitas.
Isso ocorre na trilha pública que dá acesso à praia e contraria uma das principais normas, que normatiza as regras de conduta no local. As evidências disso estão espalhadas pelo caminho que leva até a faixa de areia: o chão coberto por camisinhas usadas e embalagens de preservativos.
Frequentadores da praia relatam que, diariamente, casais e solteiros se encontram entre as árvores, em locais mal iluminados entre a mata fechada, na região costeira.
“No caminho você encontra, além de pessoas sozinhas paradas na trilha, muitos pacotes de preservativos usados. Já na praia pessoas tendo relações sexuais”, disse uma testemunha que não quis se identificar.
Logo às margens da Rodovia Interpraias, ao lado Sul da Praia Central — a mais badalada da cidade — existem duas placas no portal da trilha que leva até a praia. Em uma delas, a escrita deixa evidente as regras do local: “É extremamente proibido praticar atos de caráter sexual ou obsceno, fotografar, gravar ou filmar qualquer naturista”. No entanto, isso não acontece.
“Na praia rola sexo de casais de todos os tipos. Tenho um amigo que está sempre no Pinho. Ele é casado com mulher, tem filhos, mas curte frequentar lá em busca de fetiches”, revelou um frequentador do local que preferiu não ser identificado. O público se mostra diversificado, mas em sua maioria são homens.
Em sites de dúvidas, fóruns e até em grupos na web, são encontrados tópicos de pessoas relatando casos de sexo explícito e assédio. No Twitter, por exemplo, internautas deixam claro o que rola na praia. “A praia é até bonita, mas não vale a pena (…) local cheio de tarados”, diz outra pessoa em um site de turismo.
Ao ND+, a Prefeitura de Balneário Camboriú disse que “existe patrulhamento da Guarda Municipal na Região Sul (da praia), mas não foi gerado nenhuma ocorrência (nos últimos dias) na Fiscalização de Posturas, nem na Secretaria de Segurança”.
Também salientou que essa região teve patrulhamento reforçado pela Guarda Municipal durante a temporada 2020/2021.
O Município orienta que em caso de flagrante de situações semelhantes, denúncias podem ser feitas para a Guarda Municipal (153) ou para a Polícia Militar (190).
Naturismo
A prática de naturismo na praia do Pinho começou no início da década de 1980. O local tem cerca de 500 metros de extensão, possui mar com ondas fortes e, de acordo com os frequentadores, há privacidade, pois é cercado por costões e vegetação.
Fonte: ND+