Nesta quinta-feira (26), informações do governo americano confirmaram duas explosões nas entradas do aeroporto internacional da cidade. A informação inicial era de 12 vítimas fatais, sendo estes militares americanos. O número aumentou nesta sexta-feira (27).
Porém, as autoridades americanas estimam que a quantidade de vítimas pode ser ainda maior. Os voos de evacuação foram retomados com urgência nesta sexta, após os Estados Unidos alertarem para o risco de novos atentados.
Multidão no entorno do aeroporto
Uma multidão aguardava do lado de fora do aeroporto enquanto o chamado para a oração ecoava por Cabul ao mesmo tempo que se ouvia os rugidos dos aviões partindo. Membros do Taleban patrulhavam, com armas pesadas, uma área a cerca de 500 metros do aeroporto com a intenção de evitar que alguém se aventurasse além daquele ponto.
Pelo menos dez corpos estavam fora do hospital Wazir Akbar Khan, de Cabul, onde parentes disseram que o necrotério atingiu o limite. Muitos dos mortos não foram identificados porque os membros da família estão viajando de províncias distantes a Capital, relataram afegãos.
As cenas de caos, desespero e horror no entorno do aeroporto da Capital do Afeganistão chocaram o mundo. Imagens de pessoas afundadas até os joelhos em esgoto e famílias empurrando crianças pequenas em direção às tropas dos EUA atrás de cercas de arame farpado simbolizam o caos e a desordem dos últimos dias da presença das tropas no país.
Relembre o caso
A retirada das forças militares dos Estados Unidos do Afeganistão ganhou os jornais de todo o mundo no último mês, já que, com a saída dos americanos, o grupo extremista do Talebã retornou ao Afeganistão para retomar o poder após 20 anos.
Com isso, diversos afegãos tentam deixar o país de origem em aviões de carga que tinham como destino países do ocidente.
Os americanos ocupavam o país desde 2001 como forma de resposta aos ataques terroristas aos edifícios do World Trade Center, em Nova Iorque. Na época, a autoria da ação foi assumida pelo grupo Al Qaeda, que recebia abrigo no Afeganistão, então governado pelos talebãs.
A decisão de encerrar essa ocupação territorial foi tomada ainda no último ano, pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fixou até maio de 2021 o prazo para a retirada dos militares. Eleito para a sucessão presidencial, Joe Biden assumiu o cargo e alterou o cronograma, que seria concluído em setembro, mas foi antecipado para agosto, o que gerou críticas ao redor do mundo.
Fonte: ND+