A atriz e diretora maravilhense Bi Naluna acaba de retornar de uma residência artística internacional com a Cia Humanhood, sediada na Espanha e Inglaterra, uma das maiores referências da cena contemporânea mundial na pesquisa com o movimento, integrando dança, meditação, ciência e misticismo. A imersão faz parte do projeto “NADA – Estados Expandidos de Existência”, realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc por meio do Ministério da Cultura/Governo Federal e da Prefeitura de Maravilha/SC.
As ações no exterior ocorreram entre fevereiro e março de 2025 e incluíram treinamentos, mentorias e práticas criativas com a equipe da Cia Humanhood e seus diretores Julia Robert e Rudi Cole. Bi Naluna, que há mais de duas décadas investiga as artes do corpo como vias de expansão da consciência, descreve o encontro como uma virada em sua trajetória.
“Participar do processo criativo da Humanhood e trocar diretamente com uma artista como Julia foi transformador. Esse encontro fortalece pontes entre a criação contemporânea internacional e o nosso território, ampliando, as possibilidades de interação do oeste catarinense com o mundo”, conta.
Com o retorno ao Brasil, a artista inicia a segunda etapa do projeto: a multiplicação das experiências vividas na Europa por meio de ações gratuitas voltadas à comunidade. O principal desdobramento é o SOMA – Laboratório de
Artes do Corpo e da Consciência, que teve seu primeiro encontro no último fim de semana, reunindo artistas de diferentes linguagens —atores, bailarinos, coreógrafas, artistas visuais e professores — dos municípios de Maravilha, Pinhalzinho, Serra Alta e Chapecó.
“O Laboratório SOMA nasce do desejo de criar um espaço de intercâmbio com artistas e profissionais da região, onde eu possa compartilhar elementos da pesquisa que venho desenvolvendo ao longo dos anos e, assim, colaborar com o fortalecimento de ambientes de experimentação nas artes do corpo e da cena”, destaca a artista.
A proposta é que o laboratório se consolide como uma ação colaborativa e contínua, fortalecendo o fazer artístico no Oeste catarinense por meio de práticas que integrem corpo, consciência e criação. Ao longo dos meses de maio e junho, o projeto prevê ainda ações formativas. Uma das oficinas será voltada a adolescentes, com foco no autoconhecimento, fortalecimento da autoestima e na expressão corporal como ferramenta de escuta e cuidado, e será realizada no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de Maravilha.
Já a vivência voltada ao público feminino acontecerá no dia 07 de junho no Sítio Aconchego, localizado na Linha Primavera Alta, e propõe práticas de respiração consciente, movimento sensível e uso da vibração sonora como caminho para o equilíbrio energético e emocional.
“Acredito profundamente no poder do encontro, da escuta e da criação coletiva como forças transformadoras. É nesse espaço compartilhado que nascem novas possibilidades de ser e estar no mundo, onde a arte deixa de ser apenas expressão individual e passa a ser vínculo, cuidado e afeto. O movimento, quando consciente, nos devolve ao presente e nos reconecta com a sabedoria do corpo — abrindo caminhos para escutar o que muitas vezes silenciamos. É nesse fluxo entre presença e criação que acredito ser possível cultivar transformações verdadeiras, em nós e no coletivo”, finaliza.
Divulgação/Projeto | WH3
