O maior número da série histórica da Dengue em Santa Catarina. Somente neste ano, mais de doze mil catarinenses foram contaminados pela doença, superando o que foi registrado em todo ano passado. É o que apontam os dados divulgados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), da Secretaria de Estado da Saúde.
Há registros de foco do mosquito Aedes aegypti, (responsável pela transmissão da doença) em 217 municípios do Estado. Esse número representa um aumento 96,9% nos focos do mosquito no período compreendido entre 01 de janeiro e 05 de junho, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados pela DIVE na última sexta-feira (11).
Do total de casos até agora (12.002), a maioria (11.720 – 97%) é de casos autóctones, ou seja, com transmissão dentro do estado. Outra questão que demonstra esse aumento exponencial é o registro de quatro óbitos em decorrência da doença em 2021; três em Joinville e um em Camboriú. O fato não ocorria desde 2016, quando foram registrados óbitos em Chapecó e Pinhalzinho. Além disso, há dois óbitos em investigação no município de Joinville.
O boletim ainda aponta que Joinville, Navegantes e Santa Helena, se encontram em situação de epidemia devido ao alto número de contaminações. A Organização Mundial da Saúde define o nível de transmissão epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes.
“O mosquito está presente em Santa Catarina. Então, é preciso estar atento às condições do município e aos sinais do paciente para suspeitar da doença e realizar o manejo clínico correto”, salienta João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE/SC.
Sinais e sintomas
Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.
Transmissão
O mosquito Aedes aegypti pode transmitir três doenças: dengue, zika vírus e chikungunya. “A melhor estratégia de prevenção dessas doenças continua sendo a eliminação de locais que possam acumular água. O cenário do estado só reforça que as medidas de prevenção são necessárias e fundamentais para evitar novos casos e até óbitos”, destaca Ivânia Folster, gerente de zoonoses da DIVE/SC.
A fêmea deposita até 100 ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou que possam acumular água. Ela escolhe mais de um local para realizar cada postura, o que garante maior sucesso reprodutivo, ou seja, podem nascer insetos de vários recipientes no mesmo ambiente. Nesses locais os ovos podem durar até um ano e meio. Em contato com a água, os ovos desenvolvem-se rapidamente. O mosquito adulto surge num ciclo de, aproximadamente, sete dias.
Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:
- Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
- Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
- Mantenha lixeiras tampadas;
- Deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
- Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
- Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
- Mantenha ralos fechados e desentupidos;
- Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
- Retire a água acumulada em lajes;
- Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
- Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
- Evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
- Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
- Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.
Clic RDC