Claudia Goldin
Professora da Universidade Harvard, por seus trabalhos sobre mulheres no mercado de trabalho foi a premiada com o Prêmio Nobel de Economia deste ano. Ela é, somente, a 3ª mulher a vencer o prêmio desde a primeira edição, em 1969. Destaca-se que a vencedora vai receber o prêmio de 11 milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de US$ 999 mil.
A 1ª mulher a vencer o prêmio foi Ellinor Ostrom, norte-americana, em 2009, por seus trabalhos que mostraram que a empresa e as associações de usuários são às vezes mais eficazes que o mercado. Depois, só em 2019, a franco-americana Esther Duflo passou a ser a 2ª mulher laureada. Ela venceu o prêmio junto aos pesquisadores Michael Kremer e Abhijit Banerjee pelos estudos na área de combate à pobreza.
Economia
O prêmio de Economia, oficialmente chamado de "Prêmio do Banco da Suécia em Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel", foi criado em 1968 e concedido pela primeira vez em 1969. O Nobel de Economia é o último concedido este ano. Os prêmios de Medicina, Física, Química, Literatura e Paz já foram anunciados na última semana.
Claudia Goldin publicou dezenas de pesquisas sobre as mulheres no mercado de trabalho considerando questões como família, escolaridade, etarismo, entre outros; a professora de Harvard é a terceira mulher a levar o prêmio desde a primeira edição, em 1969.
A professora Goldin nasceu em Nova York e tem 77 anos. É PhD pela Universidade de Chicago. Atualmente é codiretora do Grupo de Estudos sobre Gêneros na Economia do NBER (National Bureau of Economic Research. Os estudos da vencedora mostraram que, parte da explicação para que, ainda hoje, ocorra uma grande disparidade salarial e de oportunidades entre homens e mulheres (gender gap) é a fase da vida em que mulheres tomam decisões baseado em escolhas para suas carreiras, como a maternidade.
A pesquisa de Goldin analisou mais de 200 anos de dados nos E.U.A sobre a participação feminina no mercado de trabalho. Os resultados mostraram que essa participação ocorreu em formato de "U", contrariando a expectativa, que acreditavam ser em formato ascendente.
Mercado de trabalho
Ao analisar o período da história, notou-se que até o século XVIII, as mulheres estavam trabalhavam dentro das propriedades da família em uma sociedade agrária. Porém, no início do século XIX, com a Revolução Industrial, houve uma mudança profunda no mercado de trabalho, levando a mulher a trabalhar fora de casa.
O cenário também mudou no começo do século XX, quando o setor de serviços ganhou força e precisou, que as mulheres ingressassem ainda mais no mercado de trabalho. Nesse período houve exigência de maior escolaridade, sobretudo das mulheres, que logo ultrapassaria os níveis de escolaridade dos homens em países desenvolvidos.
Além disso, Claudia Goldin demonstrou que o acesso à pílula anticoncepcional teve um importante papel para a aceleração dessa participação, já que ofereceu uma maior possibilidade para planejamento da vida e da carreira.