Após a GloboNews mostrar dezenas desses relatos feitos por funcionárias da empresa, a Petrobras decidiu, em abril de 2023, promover um raio-x nos casos que foram levados à ouvidora a partir de 2019 --ano em que as apurações passaram a ser centralizadas pela ouvidoria.
As informações foram obtidas com exclusividade pelo g1 por meio da Lei de Acesso à Informação e complementadas posteriormente com a assessoria de imprensa da Petrobras.
A estatal afirmou que cinco denúncias resultaram em demissão. Já os outros casos, a depender da gravidade dos fatos confirmados, acarretaram suspensões ou providências administrativas, como, por exemplo, afastar o assediador do convívio da vítima, com mudança de setor ou unidade.
Em abril, depois que a Globonews divulgou relatos de assédio e importunação feitos por funcionárias, a Petrobras prometeu diminuir de 180 para 60 dias o prazo para a conclusão da apuração das denúncias, além de centralizar a investigação na área de Integridade Corporativa e oferecer atendimento psicológico às vítimas. Ao g1, a Petrobras não informou quantas vítimas passaram a receber esse atendimento.
Segundo o diretor de governança da Petrobras, Mário Spinelli, "o assédio sexual envolve uma conscientização de todos os envolvidos, de todos os níveis da companhia" e que, por isso, tem sido um assunto muito debatido dentro da empresa.
Sobre o número de denúncias feitas aos canais de atendimento após as reportagens feitas pela GloboNews, Spinelli entende que as funcionárias se sentiram mais seguras para denunciar e que "parece evidente que exista uma procura maior pelo serviço" (veja mais abaixo a nota da Petrobras).