Uma pesquisa sobre a educação no Brasil constatou que quatro em cada dez jovens brasileiros entre 16 e 29 anos não estudam atualmente. A falta de dinheiro é apontada como a principal causa desse cenário. No grupo das pessoas entre 22 e 25 anos, o percentual das que não estudam fica ainda maior: 53%.
Para o auxiliar administrativo Fabio Reis,outra vez, a faculdade de comunicação vai ter que esperar. “Hoje eu não trabalho com que é o meu sonho, com o que é meu perfil”, pontua. Entretanto, acrescenta, vai se casar em janeiro de 2024 e, por conta do casamento, a questão do tempo e do dinheiro estão sendo impeditivos agora”.
Não só para ele. Esse são os principais motivos também para muita gente, segundo a pesquisa – divulgada por uma empresa de pesquisa. Conforme Carla Mayumi, responsável pelo trabalho, “de fato onde acontece uma parada maior [de estudar] é no Ensino Médio”. Em suas palavras, “quando o jovem entra numa idade onde ele passa a ser o provedor da família, o corresponsável por manter a família, ele precisa escolher entre trabalhar ou estudar”.
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Jovens entre 15 e 29 anos correspondem a quase um quarto da população brasileira, segundo o IBGE. São 47 milhões de pessoas. O abandono dos estudos pode, em pouco tempo, custar caro à sociedade como um todo, quando começar a faltar mão de obra qualificada. Uma conta que não vai fechar: gente precisando de emprego, mas sem atender às exigências do mercado.
De acordo com Mayumi “a pesquisa aponta para um desperdício, uma oportunidade que principalmente as organizações têm de aproveitar essa massa de jovens que representam o nosso bônus demográfico e que tem hora para acabar, com uma mão de obra que está fora da escola, fora da universidade e poderia estar se formando e não está conseguindo ter acesso a emprego”. E não é por falta de vontade. A pesquisa ainda mostra que oito em cada dez jovens fora da escola gostariam de voltar a estudar, mas apenas 27% teriam acesso a cursos e especializações.
Fabio diz que se não conseguir começar a faculdade em 2023 a “meta principal”, segundo ele, começará em 2024 ou em 2025.
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