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Alvo de críticas, projeto de deputado de SC quer liberar caça de animais no Brasil

Proposta enfrenta resistência de ambientalistas

Alvo de críticas, projeto de deputado de SC quer liberar caça de animais no Brasil

Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados quer autorizar a caça esportiva no Brasil. O texto foi apresentado em 2020 pelo então deputado federal catarinense Nilson F. Stainsack (PP). Se aprovado, a perseguição e abate de “espécies consideradas ameaças ao meio ambiente” serão permitidos. A proposta, contudo, encarrega o governo de definir quais espécies que poderão ser caçadas.

Na justificativa do projeto, o parlamentar defende que a proibição “em nada resolve os problemas ocasionados pela caça ilegal”. O texto prevê que apenas maiores de 21 anos poderão exercer a prática. O grupo também terá que ter registro como Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), emitido por órgão federal e com validade de três anos. No caso de animais exóticos que se tornem pragas, a licença valerá por cinco anos.

No país, a caça é proibida desde 1967, ano em que foi sancionada a Lei de Proteção à Fauna. O único animal que tem o abate permitido é o javali, espécie exótica e considerada invasora. A caça deste tipo de animal foi autorizada em 2013. Apesar da liberação, a carne do bicho não pode ser comercializada.

A grande proliferação do animal é um problema ambiental no país. Conforme a Polícia Ambiental de Santa Catarina, entre 2013 e 2018. 4.368 javalis foram abatidos no Estado. O maior número de mortes ocorreu em 2014, quando 1.438 mamíferos desta espécie morreram.

O projeto é alvo de críticas de ambientalistas. Para a professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Michele de Sá Dechoum, o projeto é um "absurdo completo”.

— O projeto de lei proposto é um absurdo completo, um instrumento legal feito sem nenhuma cautela técnica e mesmo administrativa — diz a docente que é especialista em invasões biológicas e conservação ambiental.
Michele argumenta que, caso seja aprovado, o projeto abre precedentes para a caça de animais ameaçados da nossa fauna, fundamentais para a saúde dos ecossistemas.

— A caça esportiva é uma atividade recreativa que beneficia privados, não há benefícios para a sociedade. O precedente de se autorizar o controle de animais exóticos invasores não pode ser usado como justificativa para se autorizar esse crime ambiental no Brasil — argumenta.

Relator defendeu o projeto

O projeto recebeu parecer favorável do relator, o deputado Nelson Barbudo (PSL-MT), em março do ano passado. O projeto seria analisado pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara na quarta-feira (8), mas acabou sendo retirado da pauta.

O relator da proposta citou o tema ao se posicionar contra outro projeto, que propunha a mudança na natureza jurídica dos animais domésticos e silvestres.

— O controle da caça há no mundo inteiro, mas eles não querem no Brasil — defendeu Barbudo durante a sessão.
Stainsack, autor do projeto, é suplente de deputado federal na legislatura de 2019-2023. Ele ocupou o cargo entre 2020 e afastou-se em janeiro do ano passado. Questionado pela reportagem sobre o projeto, o parlamentar se limitou a dizer que segue apoiando a proposta.

Para chegar ao plenário, o projeto precisa ser aprovado pelas Comissões de Meio Ambiente, Comissão de Finanças e Tributação e pela Comissão de Constituição e Justiça e depois ir a plenário.

 DC

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