A China anunciou a suspensão da proibição de importações de produtos avícolas do Brasil nesta sexta-feira (7), medida que havia sido imposta em maio após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. As informações são do g1.
A decisão foi comunicada pela Administração Geral de Alfândegas chinesa, mas até a última atualização desta reportagem, os produtos específicos que terão a importação retomada ainda não foram detalhados.
O embargo chinês, imposto em 16 de maio, afetou diretamente o comércio de carne de frango brasileira, já que a China é o principal comprador da proteína nacional. Em 2024, o país asiático importou mais de 560 mil toneladas do Brasil, que é o maior exportador mundial da ave, com vendas para 151 países.
Medidas tomadas após proibição
No fim de setembro, uma comitiva do governo chinês esteve no Brasil para realizar uma auditoria sanitária, com o objetivo de verificar as medidas adotadas para conter o vírus. O Brasil se declarou livre da gripe aviária em 18 de junho, após 28 dias sem novos registros em granjas comerciais, conforme informou o Ministério da Agricultura.
O surto registrado em Montenegro levou o governo brasileiro a comunicar o novo status sanitário à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e aos países importadores. A desinfecção da granja foi concluída em 22 de maio, marcando o início do prazo para a reclassificação do país como livre da doença.
Desde 2018, as exportações brasileiras de carne de frango vêm crescendo, com destaque para os 4,1 milhões de toneladas embarcadas naquele ano, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Apesar da liderança global, cerca de 64,64% da produção nacional é destinada ao mercado interno, com consumo médio de 45 kg por habitante ao ano.
Relembre a suspensão
A suspensão imposta pela China em maio foi abrangente, incluindo carnes, ovos, subprodutos e resíduos de origem avícola. Produtos enviados ao país eram devolvidos ou destruídos, e resíduos de navios brasileiros precisavam ser tratados sob supervisão aduaneira.
O Ministério da Agricultura afirmou na época que não havia recebido comunicado oficial da China, mas confirmou que os embarques estavam suspensos desde 17 de maio, conforme os protocolos sanitários. O governo brasileiro chegou a solicitar que o embargo fosse limitado à região afetada, mas a China optou por uma suspensão nacional.
Além do país asiático, outros 23 destinos interromperam temporariamente as importações de carne de frango brasileira, incluindo a União Europeia. Países como Emirados Árabes e Japão suspenderam as compras especificamente do município de Montenegro, enquanto a Arábia Saudita restringiu as importações apenas do estado do Rio Grande do Sul.
As exportações de miúdos avícolas também foram impactadas, com 15 países suspendendo as compras de todo o território brasileiro. No caso dos ovos, 10 países interromperam as compras, embora a China não estivesse oficialmente entre eles.
NSC