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SC registrou mais de 26 mil casos de hepatites virais em 10 anos

SC registrou mais de 26 mil casos de hepatites virais em 10 anos
Foto: Divulgação, Ascom

Em Santa Catarina, 26.803 casos de hepatites virais foram registrados entre os anos de 2014 e 2024, segundo a Secretaria do Estado de Saúde (SES). A maioria dos casos foi notificado como hepatite B (51,3%), seguido pela hepatite C (45,5%) e hepatite A (3,1%). No mesmo período, foram 585 óbitos referentes aos três tipos de doença.

A hepatite A registrou um aumento entre os anos de 2022 e 2023 na região da Grande Florianópolis, saltando de 11 casos, em 2022, para 228, em 2023. Segundo a SES, os homens foram três vezes mais diagnosticados que as mulheres.

Além disso, no período de 2014 a 2024, foram notificados 13.818 novos casos apenas de hepatite B em Santa Catarina. A série histórica concentra a maioria dos diagnósticos pelo vírus nas regiões do Extremo Oeste (12,3%) e Oeste (16,1%).

Por outro lado, a região litorânea, em especial a Grande Florianópolis (30,7%), tem a maior incidência de infecções pelo vírus da hepatite C, que registrou 11.496 casos no período de 2015 a 2024.

Cenário nacional

No Brasil, mais de 34 mil casos de hepatite viral foram registrados em 2024, com cerca de 1,1 mil mortes diretas.

Os tipos de hepatite mais prevalentes no Brasil são o B e C, sendo que a maior parte dos casos é crônica: o vírus permanece silencioso dentro do organismo por décadas, causando danos acumulados no órgão, até provocar quadros graves como fibrose cística, cirrose ou mesmo câncer, e só então desenvolve sintomas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu como meta a redução da incidência de hepatite B e V em 90%, com redução de 65% da mortalidade até 2030.

No entanto, no Brasil, a vacinação tem contribuído para a diminuição dos casos. Em 2013, a taxa de detecção de hepatite B a cada 100 mil habitantes era de 8,3, índice que caiu para 5,3 em 2024. De acordo com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, Renato Kfouri, a erradicação da doença é possível caso o país consiga manter altos índices de vacinação.

— Não há reservatório do vírus da hepatite B que não seja o ser humano. Então, você consegue, através da vacinação em 100%, eliminar a criação de novos portadores crônicos e, com isso, consequentemente não tem mais onde se infectar pelo vírus B — diz Kfouri.

Importância do diagnóstico

Nos consultórios, perguntas como “é grave ou não?”, “tem cura?” e “vou transmitir para minha família?”, são frequentes durante o diagnóstico da doença, que é uma inflamação do fígado causada por diversos fatores.

O médico infectologista da DIVE, Eduardo Campos, destaca que a recomendação é que todas as pessoas façam os testes, especialmente aquelas que têm mais de 40 anos, que compartilham objetos perfurocortantes ou têm histórico de infecções sexualmente transmissíveis, além das gestantes no pré-natal.

— As unidades de saúde municipais dispõem de testes rápidos para os vírus das hepatites B e C, oferecendo amplo acesso, rapidez e confiabilidade no diagnóstico. O uso de preservativos, a não reutilização e compartilhamento de materiais perfurocortantes e a vacinação são medidas simples e eficazes — explica.

Segundo o médico infectologista, Klinger Soares Faíco Filho, a partir do diagnóstico é importante explicar ao paciente que as hepatites A, B e C são vírus completamente diferentes, como se fossem três doenças distintas que afetam o mesmo órgão.

— Cada uma tem sua personalidade própria e entender essas diferenças é fundamental para saber como se proteger e o que esperar caso haja infecção — diz.

O diagnóstico precoce é essencial para o sucesso dos tratamentos. As hepatites B e C têm tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A hepatite C tem cura em mais de 95% dos casos com os antivirais de ação direta. Já o tratamento da hepatite B permite o controle da doença, reduzindo o risco de evolução da cirrose hepática e do câncer do fígado. A vacina contra a hepatite B é aplicada em recém-nascidos (primeira dose nas primeiras 12 horas), seguida de reforço aos 2, 4 e 6 meses.

Atualmente, esse imunizante está disponível para a população de todas as faixas etárias, não vacinados ou sem informação sobre vacinação prévia. A vacina também protege contra a hepatite viral D, que apenas se manifesta em pacientes portadores do vírus da hepatite B.

Para a hepatite A é recomendada a imunização para crianças de 15 meses a 5 anos, eficaz e assumida como imunidade duradoura.

Tipos de hepatite

Hepatite A

A hepatite A é transmitida pela via fecal-oral, principalmente através de água e alimentos contaminados ou contato direto com pessoas infectadas. É mais comum em locais com saneamento precário e afeta principalmente crianças, embora adultos também possam se infectar.

— A hepatite A é como uma gripe do fígado. Causa sintomas intensos por algumas semanas: fadiga, náuseas, dor abdominal, icterícia, mas depois passa completamente e a pessoa fica imune para o resto da vida. Nunca se torna crônica e raramente causa complicações graves, exceto em pessoas idosas ou com outras doenças do fígado — explica o infectologista, Klinger Soares Faíco Filho.

A prevenção se baseia em vacinação, que está disponível no SUS para crianças a partir de 15 meses, higiene rigorosa das mãos, consumo de água tratada e cuidado com alimentos crus. Não existe tratamento específico, apenas cuidados de suporte até a recuperação natural.

Hepatite B

A hepatite B se transmite por sangue, relações sexuais e de mãe para filho durante o parto. É 50 a 100 vezes mais contagiosa que o HIV e pode sobreviver fora do corpo por até uma semana. Afeta principalmente adultos jovens e pode se tornar crônica em 5% dos casos.

— A hepatite B é a mais traiçoeira, porque é extremamente contagiosa e pode ficar silenciosa por décadas. Quando se torna crônica, pode levar à cirrose e câncer de fígado — alerta o médico Klinger Faíco.

Hepatite C

A hepatite C se transmite principalmente por sangue contaminado: transfusões antes de 1993, uso de drogas injetáveis, procedimentos médicos com material não esterilizado. Raramente se transmite por via sexual e não passa de mãe para filho facilmente.

— A hepatite C era nossa maior preocupação até poucos anos atrás. Se torna crônica em 80% dos casos e era a principal causa de transplante de fígado no mundo. Hoje em dia, temos medicamentos que curam mais de 95% dos pacientes em apenas 8 a 12 semanas — diz o infectologista.

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